Nesta
terça-feira, 22 de maio, comemora-se o Dia do Apicultor. Este é um dia de
homenagear esses profissionais que dedicam seu tempo ao trato e preservação das
abelhas, responsáveis pela produção de mel, e também pela polinização de nossos
campos. É também um momento de reflexão sobre a preservação das abelhas, que
estão sendo intensamente afetadas pelo uso desenfreado de agrotóxicos.
Segundo
a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina
(FAASC), o Brasil é o décimo maior produtor de mel do mundo e o oitavo maior
exportador. As maiores responsáveis pela produção são as abelhas, estas que
cumprem um papel importante no equilíbrio do ecossistema. Além disso, são as
mais eficientes agentes polinizadores da natureza, responsáveis pela reprodução
e preservação de milhares de espécies vegetais. Segundo
a FAO, 85% das plantas com flores das matas e florestas e 70% das culturas
agrícolas, dependem dos polinizadores. A polinização das abelhas é fundamental
para garantir a alta produtividade e a qualidade dos frutos em diversas
culturas agrícolas.
Os
desafios que tem surgido nos últimos anos, demonstram que a população das
abelhas tem reduzido. Segundo a Embrapa,
só com os registros de 300 ocorrências no Brasil, feitos por meio do
aplicativo Bee Alert – Alerta de
Abelhas –, de março de 2014 a agosto de 2017, foi estimada a perda de 20 mil colmeias
e a morte de mais de 1 bilhão de abelhas. Acredita-se que 90% da perda desses
insetos tenha relação direta com a ação dos pesticidas nas lavouras.
De
acordo com a FAO, “as abelhas estão gravemente ameaçadas pelas consequências
combinadas das mudanças climáticas, da agricultura intensiva, dos pesticidas,
da perda de biodiversidade e da contaminação. Sem esses insetos e outros
polinizadores, não seria possível produzir café, maçãs, amêndoas, tomates nem
cacau”.
Em
busca da preservação, a Organização não-governamental Bee to be, foi uma iniciativa para desenvolver ações para a proteção
das abelhas no Brasil e na América Latina. Sendo assim, uma campanha iniciou em
agosto de 2013, chamada “Sem abelha, sem alimento”, com o objetivo de conscientizar as pessoas para a importância destes
polinizadores e a necessidade de sua proteção.
O GT Macrorregional sobre
Agrotóxicos é um grupo extremamente preocupado com o uso dos agrotóxicos de
forma desenfreada e sem conscientização das mazelas causadas por eles, por
isso, promove debates acerca da temática. No mês de junho, acontece o 4º
Encontro Macrorregional sobre os Impactos dos Agrotóxicos, no Distrito do
Buriti, em Santo Ângelo. Dentre as temáticas debatidas, estará também a questão
da preservação das abelhas e a importância do uso racional de pesticidas nas
lavouras.
Daniella
Koslowski, acadêmica de Jornalismo.